quarta-feira, 19 de maio de 2010

Roubando razão para devolver felicidade - Cupido



"Filho de Vénus e de Marte, (o deus da guerra), andava sempre com seu arco, pronto para disparar sobre o coração de homens e deuses. Teve um romance muito famoso com a princesa Psiquê, a deusa da alma (primeiramente humana). Cupido encarnava a paixão e o amor em todas as suas manifestações. Logo que nasceu, Zeus, sabedor das perturbações que iria provocar, tentou obrigar Vénus a se desfazer dele. Para protege-lo, a mãe o escondeu num bosque, onde ele se alimentou com leite de animais selvagens. Cupido era, em geral, tido como benéfico em razão da felicidade que concedia aos casais, mortais ou imortais..."

Cupido tem muito que se lhe diga. Começando pela sua filosofia de vida, de "criar" amor em tudo o que se mexesse, fosse humano ou divino. Hoje em dia não encontramos muitos pseudo-cupidos. Até pelo contrário...Mas um dos factos mais bonitos da vida de Cupido é a sua história com a humana Psiquê. Reza a mitologia, que certo dia Vénus descobriu alguém tão ou mais belo que ela própria. Orgulhosa e arrogante com a sua beleza, que deveria ser única, Vénus não podia continuar a sua vida sem passar à frente desta alma que começava a transtorna-la, só por existir...ainda para mais sendo uma humana! Vênus pediu então ao seu filho Cupido, que trata-se de lhe atirar uma flecha certeira no momento em que a rapariga olhasse para o ser mais horrível do planeta terra. Apesar de contrariado, Cupido não quis desobedecer à sua mãe. Cupido desceu assim, mais uma vez, à terra dos humanos. Chegando ao quarto onde a jovem dormia, Cupido estancou...Ficou petrificado com a beleza facial e dos traços corporais de Psiquê. Apontou o arco e aproximou-se ainda mais (não para ter a certeza que acertava, pois Cupido tinha uma pontaria que não falhava, mas para contemplar melhor ainda a jovem). No calor da percepção que o atingia, Cupido, pela primeira vez (e única) na sua vida errou e acertou nele próprio. Voltou para casa e não conseguiu dormir por pensar em Psiquê o tempo todo. No dia seguinte pediu ao deus dos ventos que a fosse buscar e que a instalasse num palácio perto do Olimpo, onde nada faltasse. Cupido, um deus, não poderia ser visto com uma mortal, por isso teve estar sempre invisível ao pé dela. Certa noite, depois desse acto do amor, Psiquê, pegando numa vela, e aproximando-a de Cupido conseguiu vê-lo...e os seus traços jovens e belos fizeram com que ela se apaixonasse à primeira vista, sem precisar de qualquer flecha. Mas ao mover a vela deixou cair cera no braço do Cupido que ao tomar consciência da situação foge. Todo o palácio e afins desaparecem e a jovem humana volta para a terra dos humanos. Na terra, Psiquê não pensa em nada senão em Cupido...e no Olimpo Cupido pensa no tudo que é Psiquê. Cupido vai finalmente falar com Zeus, que desde logo se nega a deixar entrar uma humana na terra dos deuses. No entanto Cupido não desistiu e utiliza o elogio inteligente: Zeus, todo poderoso, capaz de fazer tudo, não podes transformar uma humana em deusa? Zeus sorriu, claro que era capaz...além do mais Cupido já o tinha ajudado muitas vezes e possivelmente ainda viria a precisar mais vezes dele. E assim foi, transformada em deusa (imortal), Psiquê tornou-se a deusa da Alma. E foi festejado o casamento em todo o Olimpo, mesmo por Vénus que nunca tinha visto Cupido tão feliz.
Fim. Reflexões? Nos dias que correm, podem entender o amor da altura, algo mais físico do que outra coisa. No entanto, na minha opinião é equivalente à procura da outra parte que temos hoje...Podemos estar agora mais próximos de algo belo, que se manifesta principalmente na alma...Mas o resto não pode ser ignorado. Até que porque o amor dá-se muitas vezes à primeira vista, exterior e interiormente.
Outro aspecto, que pode tirar beleza a esta história...que é o facto de Cupido ter levado com a própria flecha...Para mim esse pormenor é apenas um pormenor cómico, irónico se quiserem. Na minha história, bastou Cupido olhar Psiquê, para tudo se transformar dentro dele. Sejam cupidos e deixem-se, quando for o caso, atingir.

Por Diogo Garcia TH

sábado, 15 de maio de 2010

Consideram a vossa vida má?! - Orestes e Édipo





Se consideram a vossa vida má, uma confusão, uma desgraça, uma ironia ou mesmo um sarcasmo, primeiro têm de a considerar pior que a destes dois casos que vos trago...(para além dos casos mundiais de sofrimento devido à fome ou doenças graves ou ainda pobreza).
Orestes, à esquerda, viu o pai morrer, assassinado pelo amante da mãe. Já imaginaram? Duas pessoas que se amavam, amor do qual saiu um filho, separaram-se. Mas isso não bastava...a maldade neste mundo tem sempre mais uma carta na manga. Orestes, consciente que era o único a poder-se vingar da morte do pai, mata o amante da mãe...e a própria mãe. Depois veio o remorso...Orestes viveu até aos noventa anos.
Mas Édipo, à direita, conseguiu ir mais longe...todos nós conhecemos essa expressão "complexo de édipo" (sonhos ou pensamentos que se dão no homem. Resumidamente é sonharmos que matamos o nosso pai para ficarmos com a nossa mãe.). Pois bem, Édipo foi afastado da família desde pequeno. Em caminhadas que fez encontrou o verdadeiro pai, que matou durante uma discussão.
Como se isto não bastasse, casa-se com a sua mãe, aparentemente sem querer...da qual tem quatro filhos...Quando estes descobrem a verdade as consequências são fatais: a mãe suicida-se, envergonhada; Édipo arranca os próprios olhos por ter vivido "cego" durante tanto tempo...
E agora? O que podemos nós mudar na nossa vida para termos um final, ou melhor para sermos felizes até um final feliz?

Por Diogo Garcia TH