sexta-feira, 30 de abril de 2010

Escolham a vossa essência - Hades


"Hades (Άδης em grego), filho de Cronos e de Réia, irmão de Zeus e Posídon. Segundo a lenda, o poder de Hades, Zeus e Posídon era equivalente. Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as pessoas procuravam não o pronunciar. Era descrito como austero e impiedoso, insensível a preces ou sacrifícios, intimidativo e distante. Invocava-se Hades geralmente por meio de eufemismos...Zeus, Posídon e Hades partilharam entre si o universo, Zeus ficou com o céu, e a terra, Posídon ficou com os mares e Hades tornou-se o deus do submundo."

Hades...escolheste ser temido e odiado
em vez de venerado e adorado.


Hades escolheu ser solitário. Escolheu a solidão. Mais um igual aos outros. Um facto triste é que para amar uma mulher teve de a raptar. Onde nos pode levar o desespero? Hades era temido. O seu nome era medo para todos. Faz-me lembrar as pessoas que são capazes de desaparecer da nossa vida da mesma forma que apareceram, a capacidade para se tornarem inimigos perfeitos, ou para simplesmente serem o que não são e vice versa num curto espaço de tempo.
Hades escolheu guardar um lugar triste: onde residem as almas dos mortos. Raramente vinha ao mundo terreno ou mesmo ao Olimpo...para quê? Afastou todos. Preferiu a solidão. Preferiu a companhia das obrigações, daqueles que tinham de lhe ir parar aos braços, e de uma mulher por ele raptada. Factos tristes. Todo um poder e vida entregue ao nada.
Também nós podemos escolher e fazer por ser Hades ou o oposto de Hades. A grande diferença é que um ser humano que escolha ser como Hades sofre muito mais...porque somos seres sociais, precisamos de amor, de emoção, de sonhos e objectivos, não nos bastará nunca a solidão, nem a capacidade para ficarmos sozinhos contra todos, sem ninguém do nosso lado. E ser-se mau? Espalhar terror? Ser-se temido? Eu temo algumas pessoas, e sei que, se não as temesse, era muito feliz. Para quê afastar as pessoas quando estas só nos colocam em cima da espiral especial que é a vida?
Teria-te puxado desse mundo obscuro Hades. Nem que só por uns momentos...todos nós temos a oportunidade de mostrar as reais portas a todos...mas só as abre quem quer.

Por Diogo Garcia TH

terça-feira, 13 de abril de 2010

Guerreira de Paz - Atena


"Atena é a deusa grega da sabedoria, do ofício, da inteligência e da guerra justa.
Zeus apaixonou-se por Métis, tendo sido ela sua primeira esposa. Contudo, foi advertido pela sua avó Gaia, de que Métis lhe daria um filho e que este o destronaria. Amedrontado, Zeus engoliu Métis. Todavia, era tarde demais pois Métis estava já grávida e prosseguiu a sua gestação dentro da cabeça de Zeus.
Um dia, Zeus sentiu uma forte dor de cabeça, e Hefesto, deu-lhe uma machadada na cabeça, de onde Atena saiu já adulta com elmo, armadura e escudo."

Já antes de nascer, Atena teve de aprender a lutar, mas pela sua sobrevivência, e desde então desenvolveu o seu espírito lutador e corajoso, sempre pronto a batalhar até ao final.
Talvez seja graças a ela que hoje em dia existem pessoas dispostas a lutar cada guerra com paixão, dedicação, esperança e força.
Claro que existem vários géneros de luta: uma que envolva armas e sangue derramado; outra que serve para sobrevivermos, como em camas de hospital; há ainda outra que envolve a nossa força e preserverança. Se não estamos dispostos a batalhar pela vida e felicidade, quem mais irá fazer isso por nós?
Nem todos possuem esse tipo de força interior, mas no fundo, todos somos lutadores por aquilo que nos interessa, por aquilo que importa, e não interessa se temos muita força, pouca ou menos do que toda a gente que conheçamos. Interessa é lutar por algo, por alguém, por uma causa. Lutar para causar impacto neste mundo, lutar para mudar as coisas.
Claro que há vezes, há dias, há situações em que devemos mesmo é baixar as armas, pedir tréguas, e baixar os braços.
Quando isso acontece, temos de virar costas e simplesmente caminhar para o lado oposto, em vez de ficarmos, porque se o fizermos, vemos tudo pelo que lutámos durante tanto tempo, tão arduamente, a ruir à nossa volta. Temos de saber quando desistir, ao enfrentar uma causa perdida.
A nossa batalha só pode ir até um certo limite; depois de o atingirmos, tem de ser outra pessoa a continuar essa tarefa, de maneira a conseguirmos manter-nos sãos.
Será que Atena sabia que ia ser um exemplo para algumas dezenas de pessoas notáveis ao longo da História da humanidade?
Como ela houve gente, que por sorte ou azar, abraçou causas, desejos, sonhos e foi capaz de lutar por eles, capaz de abdicar de muita coisa, capaz de esquecer outras coisas, até se concretizarem ou até já não poderem continuar a prolongar a sua batalha.
Será que Atena quis mesmo trazer a guerra ao mundo? Sabia que impacto ia ter? Acho que sim.
Acho que tentou motivar todos a crerem em algo, em pensarem que há algo mais para além disto. Algo em que podemos acreditar, algo em que podemos depositar a nossa fé, esperança e algo com o qual podemos sonhar até obtermos.
Atena serviu de exemplo desde o momento da sua primeira formação, dentro dos seus pais, e assim continuou até ao fim dos seus dias de guerra gloriosa.
O mínimo que lhe devemos por este imenso dom, é lutar, nem que seja um pouco todos os dias, pelos nossos ideais, convicções, pessoas que amamos, ou por algo que pode parecer insignificante. Se isso acontecesse, o mundo tornar-se-ia num local muito melhor com pessoas mais completas, capazes de encontrar paz, felicidade e talvez, uma melhor razão para viver.

Por Joana GTH

O medo da entrega, o poder de se afastar - Circe


"Circe era considerada a Deusa da Lua Nova, do amor físico, feitiçaria, encantamentos, sonhos precognitivos, maldições, vinganças, magia negra, bruxaria, caldeirões. Com o auxílio de sua varinha, poções, ervas e feitiços, transformava homens em animais...ela era também a tecelã dos destinos."

A pobre Circe tinha tudo para ser feliz. Tinha poderes para conseguir mudar aquilo que menos gostava neste mundo, (algo que nós gostaríamos de ter, pois mesmo quando nos esforçamos para mudar algumas coisas que não gostamos, pouco ou nada conseguimos mudar realmente). Podia ter tudo. Podia ser feliz. Todavia, preferiu a solidão de uma ilha, que não partilhou com a família, amigos ou algum amor da sua vida. Não. A pobre Circe, como outros deste mundo terreno, preferiu não se entregar a ninguém. Em vez disso, transformava seres humanos (homens) em animais, tendo talvez a sua companhia, mas sem conversa, discussão produtiva, e manifestações de amor...Pobre Circe. Quem me dera poder estar frente a frente contigo, sem risco de virar cavalo, leão ou águia, e dizer-te para não teres medo de amar. Estar frente frente contigo e fazer-te sorrir, um sorriso que sai de forma autentica sem termos de pensar muito nisso. Mostrar-te que o caminho da solidão só serve para os filósofos, não para quem quer perceber um outro lado maravilhoso da vida.
Circe é como todos nós...temos tudo o que precisamos para sermos felizes, ou quase tudo, pois algumas coisas precisam de ser construídas (o que pode levar o seu tempo) outras corrigidas, e outras amadas.
Circe, como qualquer tu ou qualquer eu, ou qualquer nós, sabia o que precisava de fazer para ser feliz, as ferramentas que precisava...apenas cometeu o erro, (o erro que não gosto de ver ser cometido), o mesmo que erro que tu e eu e nós cometemos, preferiu não lutar, preferiu desistir, preferiu entregar-se ao mau sem sequer ter lutado pelo bom. Circe podias ter aprendido tanto comigo, comigo sendo português, sabias tu : que depois da tempestade, do sofrimento e dor, aparece-nos o Cabo Bojador? Ai Circe...mesmo nesses dias de céu cinzento, o sol está sempre lá, a brilhar por detrás das nuvens...
Circe não te devias ter fechado. Nem te devias ter afastado de quem te pudesse amar. Nem devias ter-te afastado do amor, quando este é real, e sério, e te faz bem, e te sabe bem...
Circe!, fizeste-me ficar triste. Quem me dera poder estar contigo e fazer-te mudar.

Por Diogo Garcia TH