
"Vénus é a deusa do Amor, da Beleza e do Erotismo. O mito do seu nascimento conta que surgiu de dentro de uma concha de madrepérola, tendo sido gerada pelas espumas (considerada filha do Céu e da Terra). Noutra versão, é filha de Júpiter e Dione [...] Após o seu nascimento foi levada para as Honras ao Céu, onde os deuses ficaram extasiados de tanta formosura."
Bela ou não, nascida no mar ou não, a verdade é que nesse dia, o do seu nascimento, o mundo (mesmo antes de existirmos) ganhou o seu mais importante componente. O seu maior trunfo, o maior alicerce, melhor sentimento e aquilo que junta todas as pessoas: o Amor.
Essa pequena palavra de quatro letras tem um peso que esconde a sua constituição franzina.
Afinal o que é o amor para além de componente e palavra? Sei que não é quantificável, visto que é infinito e nem isso serve para o quantificar.
É tudo e nada, usando um lugar comum, é aquilo que nós fazemos na nossa relação com os outros e connosco.
É a amizade, a verdade, a tristeza, a ajuda e a solidariedade. É a doença da qual ninguém se quer curar, é veneno perigoso, às vezes fatal, é o néctar mais doce que podemos provar, é o que nos rodeia, é cada pormenor, cada gesto, cada sentimento.
Isto é bom de dizer, é até talvez bonito, mas não ajuda em nada.
O amor não se vê (só às vezes), sente-se, faz-se, constrói-se. Está nas palavras, mas sobretudo nas acções. Está nos olhos, mas sobretudo nos corações.
Vénus, Vénus...sabias que ias originar isto? Séculos, milhares de séculos após a tua chegada e continuamos vendados, sem saber bem o que fazer com o presente que nos trouxeste.
Todos o procuramos, todos nos queixamos quando o temos, mas também nos lamentamos quando o perdemos.
E que tal uma pequena ajuda aos mortais que não são assim tão brilhantes para o conseguirem controlar como tu?
Que tal desceres do teu lugar divino para orientares as mentes e as almas dos pobres humanos que ainda não perceberam que a única coisa que os mantém vivos, é também aquilo que os vai matando aos poucos, e que têm de aprender o seu equilíbrio.
O amor é paciente, mas exigente. Exige pouco ao início, até que vai crescendo e pedindo cada vez mais de cada um, até chegarmos à exaustão, acabando por esquecer como ele era bom antes de ser tão trabalhoso.
O amor é bonito mas só quem tem os olhos bem abertos é que vê que também é feio, mostrando tudo o que está errado nas nossas relações com quem amamos.
Porque é com esses que somos mais injustos, mais exigentes (lá está, o Amor causa isso!) e por vezes, é a esses que damos menos valor, quando devíamos dar mais. Porque são esses que estão lá para nós, nos bons e maus momentos, na felicidade, no desespero, na saúde e na doença. Esses são os verdadeiros, e fazem parte de nós, tal como o Amor, que ocupa uma percentagem de todos os corações que batem no planeta Terra.
E no fim de contas, se virmos bem, o Amor, é mesmo tudo o que acabamos por precisar...
Por Joana GTH